sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tristesse

Hoje, ao acordar, de novo o Universo me levou até você. Alguém acha um CD escondido, coloca no aparelho de som e desperto ouvindo essa poesia. Lembrei que foi a penúltima tentativa de te achar. Confusa, mas querendo te achar porque você já havia sido descoberto em mim há tantos anos.

Como você pode pedir para eu falar do nosso amor?

Esse foi um sonho e a fala de um olhar.

Hoje a pergunta seria: Como conseguimos, depois de tudo, não estarmos juntos? E seguir com solidão. Daquelas em que a vida continua, alegrias chegam, realizações, parcerias afetivas, mas há um vazio que precisa apenas de um toque para relembrar sua existência e força.

Hoje a pulsação desse vazio me assaltou. Ouvi o poema, chorei, fiz força e me levantei. Nunca permiti me entregar em nome do amor que vivemos.




Como você pode pedir
Pra eu falar do nosso amor
Que foi tão forte e ainda é
Mas cada um se foi
Quanta saudade brilha em mim
Se cada sonho é seu
Virou história em sua vida
Mas pra mim não morreu
Lembra, lembra, lembra, cada instante que passou
De cada perigo, da audácia do temor
Que sobrevivemos que cobrimos de emoção
Volta a pensar então

Sinto, penso, espero, fico tenso toda vez
Que nos encontramos, nos olhamos sem viver
Pára de fingir que não sou parte do seu mundo
Volta a pensar então
Como você pode pedir...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Gestar


Realmente leva tempo. E quando o tempo é libriano então... nem se fale!

Parecia que o mundo iria desabar (agora é sensação de ventania que assusta, mas sempre gostei de vento).

E outras gestações aparecem: um texto, a esperança de Sankofa.

Tudo dará certo. É gestação.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Participei ontem da audiência pública na qual se discutiu o aumento escandaloso de homicídios em SP, em boa parte praticado por policiais ou com suspeita desses agentes estatais terem atuado (ou seja, a apurar).

Pela primeira vez na vida, ao longo dos 112 anos, vi familiares de pessoas mortas por pms e pms, lado a lado.

Depoimentos para lá de dramáticos, escabrosos mesmo. Avanços, considero, na medida em que se falava, em muitas vezes, das vidas ceifadas nessa guerra, ceifadas pela morte ou pela instituição que adoece gradativamente e enlouquecidamente aqueles e aquelas que nela adentram.

Vi também a velha atuação que promove a guerra em nome da paz, de ambos os lados, mas, grifo e grito: não todos, mas alguns nessa atuação.

Vi uma vontade real de mudar a situação, propostas novas e profissionais, eticamente comprometidas, por parte da Defensoria Pública.

Tenho dito e digo mesmo que uma esperança tem me ajudado e nasce de ver movimentos sociais ressurgirem (quero dizer, movimento, não o que se tornaram as ongs, talvez estáticas, sei lá). Pensativa.

Adentrávamos. Estávamos vestidos de branco, muito bonitos. Você à frente e eu, encantada, te seguia. Acordei feliz e a visão veio sem avisar, repentinamente. E fiquei brava por me sentir feliz pela sua presença.
Ontem, ao passear pelo meu bairro, tranquilamente, embora o horário paulista me azucrinasse, "abestaiada" como sempre, olhei para o alto e vi, eu vi, um pé de mamão!!!!! Cheinho de mamões!!!! E não é que, de repente, estava criança correndo em Crato, Ceará. Lembrança boa. Veio-me à mente o poço, Nino (o gato) e o cheiro daquele lugar bom.

sábado, 2 de junho de 2012

Eu escrevo para quem não me lê.

E fico perguntando onde vc está. E procurando (esse gerúndio que não se acaba) um significado para tudo.

Se eu chegar a ficar velhinha, do que me lembrarei? É tudo tão sem sentido, podem até me achar caduca sem ser. Talvez seja a melhor época para falar livremente, gente caduca não se importa muito com o ouvinte e sim com o falar.

Talvez conte que eu limpava a tenda toda, decorava-a com recortes de revista, perfumava-a para você chegar, mas, antes da tua chegava, já me desculpava por não limpar a casa.

Talvez conte das coincidências que recortaram nossa vida.

Talvez eu revele que há muito sentia que não estava comigo, que após tantas ocasiões, senti a solidão da tua presença.

Sei que agradecerei a generosidade da vida comigo.

Ah, talvez ralhe porque você não se aproximava dos meus cachorros. Ralhe porque com tua partida levaste minha vontade de falar de tantas coisas, contar de África como outrora.

Já terei plantado uma árvore e espero que ela esteja um tanto crescidinha para me ouvir, ouvir os risos dos meus filhos, netos, com as histórias tão sem sentido que terei para contar.


Tantas coisas acontecem ao mesmo tempo.
Falei agora a pouco de ti, mais uma vez, que você não gostaria, é provável, da música que me faz lembrar de ti. Você a acharia brega,  mas cantaria e ria, ao mesmo tempo, daí capaz de você rir e gostar também. Contei que não reencadernarei mais.
Centenas de crianças estão sendo mortas na Síria. Integrei um abaixo assinado.
Dilma não vetou totalmente o maldito Projeto Lei de Reforma do Código Florestal.
Fecharam o Sarau do Binho. Disse a Cris Moscou que vivemos uma espécie de Ditadura.
Um amigo me contou como foi o ritual de dar-lhe o nome, ele é angolano. Lindo.
Minha irmã contou que uma fábrica fechou e o casal de cachorrinhos ficou lá pra trás. Mais uma luta.
Estudei, enfrentando muitas batalhas, e não passei AINDA na Defensoria Pública. Este ainda significa que conseguirei.
Estou na batalha, tentando apoiar o andamento do caso Zulmira. Veremos. Fiz as propostas. Espero que se junte, o grupo angolano, a quem os possa apoiar realmente.
Toda vez volta ao meu pensamento a peça "Além do ponto" da Cia Os Crespos para as situações que são apresentadas a nós. Ela desnuda, alerta.
Pintei nove unhas da mãos de vermelho e deixei uma amarela.